Fraturas de Compressão da Coluna – O que são?
A coluna vertebral é constituída por 24 ossos, denominados
vértebras. Existem 7 vértebras
cervicais, 12 vértebras torácicas
e 5 vértebras lombares. As fraturas de compressão representam
o tipo de fratura mais comum na região da coluna. Este tipo de fraturas ocorrem com mais frequência na região média ou torácica, a nível de
T10, T11 e T12 e na região inferior ou lombar, em L1. Geralmente, nestes casos, o osso
cede na parte da frente (anterior) enquanto
que a parte de trás (posterior) permanece
sólida (Old et al., 2004; Pfeifer et al.,
2004; Pratelli et al., 2010; Medline
Plus, 2017; APTA, 2017).
Figura 1 - Coluna Vertebral |
Figura 2 - Fratura de Compressão |
Esta condição é mais comum em pessoas com osteoporose, mulheres com idade superior a 50 anos (pós
menopausa); também podem ocorrer secundariamente a um trauma, como em acidentes de
viação, queda ou tumor. (Old et al., 2004; Pfeifer et al., 2004; Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA,
2017).
Fraturas de Compressão da Coluna – Quais os sintomas?
Os sintomas de uma fratura de compressão poderão incluir:
- Dor na coluna que poderá ser repentina ou piorar com o tempo;
- Dor, adormecimento ou paralisia a nível das
pernas (por exemplo: pequenas partes do osso que se deslocam para a medula
espinal);
- Dor que piora com posição ereta (como andar
ou estar de pé);
- Dor a tossir, rir, respirar profundamente;
- Dor que alivia na posição de deitado;
- Dor e dificuldade ao dobrar ou rodar;
- Sensibilidade a nível de uma região específica
da coluna;
- Cifose torácica;
- Perda geral de altura;
- Em caso de compressão da medula espinhal:
adormecimento, formigueiro, dificuldade em andar, perda do controlo de esfíncteres (Medline Plus, 2017; APTA, 2017).
Fraturas de Compressão da Coluna – Que intervenção?
A Fisioterapia
(plano de intervenção menos exigente), nestes casos, poderá iniciar-se durante a fase de repouso na cama. Será importante e aconselhável educar o paciente
acerca das posturas corretas a manter na cama e em mudanças de posição. Para além disso, poderão ser iniciados exercícios de estabilização neuromuscular
da região toracolombar, que não impliquem mobilização. Poderão, ainda,
iniciar-se exercícios passivos e ativos,
com mobilização dos membros superiores e inferiores, assim como da coluna cervical, de forma a evitar a
rigidez e reduzir a hipotrofia muscular (Pratelli et al., 2010).
O plano de
intervenção, mais exigente, terá início após a fratura de compressão ser
denominada de “estável” (o que pode levar entre 8 a 10 semanas) e, poderá
incluir:
- Terapia
Manual (aplicação de técnicas como mobilização
de tecidos ou massagem de forma a reduzir a dor e inflamação);
- Exercícios de
amplitude articular (para a coluna cervical, torácica e lombar, anca,
ombros e/ou outros);
- Exercícios de
fortalecimento muscular (exercícios suaves em carga, para membros
superiores, inferiores e músculos estabilizadores);
- Ensino (manutenção de posturas seguras, de
forma a proteger as vértebras, aquando da realização de exercícios e atividades
do dia-a-dia);
- Exercícios de
Equilíbrio (de forma a prevenir
quedas, aumentar a velocidade de marcha, fazer algumas modificações em casa
e outros) (Pratelli et al., 2010;
APTA, 2017).
Figura 3 - Exemplos de exercícios e técnicas que poderão ser utilizados de acordo com a fase de reabilitação em que o paciente se encontre |
Fraturas de compressão da Coluna – Podem ser prevenidas?
Algumas formas de prevenção desta condição poderão incluir:
- Ter uma alimentação equilibrada (que promova a
saúde óssea);
- Parar de fumar;
- Consumir álcool moderadamente;
- Realizar exercício regularmente
(atividades que promovam a carga como andar);
- Reduzir o risco de queda (realizando exercícios de equilíbrio e
modificações recomendadas no domicílio);
- Manter uma postura adequada aquando da realização das diferentes
atividades do dia-a-dia (Pratelli et
al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).
Figura 4 - Exemplos de exercícios de equilíbrio e de dieta saudável |
Referências:
Pfeifer, M., Sinaki,
M., Geusens, P., et al. (2004)
Musculoskeletal rehabilitation in osteoporosis: a review. J Bone
Miner Res.19(8):1208–1214.
Old, J.L., Calvert, M.
(2004) Vertebral compression fractures in
the elderly. Am Fam Physician. 69(1):111–116.
Pratelli, E., Cinotti,
I., Pasquetti, P. (2010) Rehabilitation
in osteoporotic vertebral fractures. Clinical Cases in Mineral and Bone
Metabolism. 7(1): 45-47 45.
APTA. http://www.moveforwardpt.com/SymptomsConditions.
27/11/2017. 16H00.
Medline
Plus. https://medlineplus.gov/ency/article/000443.htm. 27/11/2017. 16H00.