Bem- estar e Movimento

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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Dicas para o seu bebé passar mais tempo de barriga para baixo

No início dos anos 90, a Academia Americana de Pediatria iniciou o programa “Back to Sleep que consistia em colocar os bebés a dormir em decúbito dorsal (barriga para cima) e, que permitiu diminuir, em 40%, a incidência da Síndrome de Morte Súbita, nos Estados Unidos.



Por volta da mesma altura os transportadores de bebé e similares começaram a ser mais utilizados.


Esta combinação (de estar com a cabeça em contacto com o colchão ou um encosto) faz com que seja aplicada uma pressão constante, no crânio do bebé, ao longo do dia. Com o passar do tempo, esta pressão poderá criar um aplanamento do crânio, plagiocefalia.


É relevante reforçar que é muito importante que o bebé seja colocado em decúbito dorsal (barriga para cima) quando dorme. Contudo, também é importante para o seu desenvolvimento que passe algum tempo, quando acordado e sempre com supervisão, em decúbito ventral (barriga para baixo) e mude de posição ao longo do dia.



Aumentar o tempo que o bebé passa de barriga para baixo permitirá:
- Promover o desenvolvimento muscular na região do pescoço e dos ombros;
- Prevenir músculos tensos/encurtados na região do pescoço e o desenvolvimento de áreas de aplanamento no crânio do bebé;
- Ajudar a desenvolver os músculos que o bebé necessita para rolar, sentar-se e gatinhar.



De seguida são descritas algumas dicas:









Referências:
APTA. http://www.moveforwardpt.com. 12/12/2017. 16H00.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Fraturas de Compressão da Coluna – O que são?


A coluna vertebral é constituída por 24 ossos, denominados vértebras. Existem 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas e 5 vértebras lombares. As fraturas de compressão representam o tipo de fratura mais comum na região da coluna. Este tipo de fraturas ocorrem com mais frequência na região média ou torácica, a nível de T10, T11 e T12 e na região inferior ou lombar, em L1. Geralmente, nestes casos, o osso cede na parte da frente (anterior) enquanto que a parte de trás (posterior) permanece sólida (Old et al., 2004; Pfeifer et al., 2004; Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).

Figura 1 - Coluna Vertebral

Figura 2 - Fratura de Compressão

Esta condição é mais comum em pessoas com osteoporose, mulheres com idade superior a 50 anos (pós menopausa); também podem ocorrer secundariamente a um trauma, como em acidentes de viação, queda ou tumor. (Old et al., 2004; Pfeifer et al., 2004; Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).





Fraturas de Compressão da Coluna – Quais os sintomas?

Os sintomas de uma fratura de compressão poderão incluir:
- Dor na coluna que poderá ser repentina ou piorar com o tempo;
- Dor, adormecimento ou paralisia a nível das pernas (por exemplo: pequenas partes do osso que se deslocam para a medula espinal);
- Dor que piora com posição ereta (como andar ou estar de pé);
- Dor a tossir, rir, respirar profundamente;
- Dor que alivia na posição de deitado;
- Dor e dificuldade ao dobrar ou rodar;
- Sensibilidade a nível de uma região específica da coluna;
- Cifose torácica;
- Perda geral de altura;
- Em caso de compressão da medula espinhal: adormecimento, formigueiro, dificuldade em andar, perda do controlo de esfíncteres (Medline Plus, 2017; APTA, 2017)




Fraturas de Compressão da Coluna – Que intervenção?

A Fisioterapia (plano de intervenção menos exigente), nestes casos, poderá iniciar-se durante a fase de repouso na cama. Será importante e aconselhável educar o paciente acerca das posturas corretas a manter na cama e em mudanças de posição. Para além disso, poderão ser iniciados exercícios de estabilização neuromuscular da região toracolombar, que não impliquem mobilização. Poderão, ainda, iniciar-se exercícios passivos e ativos, com mobilização dos membros superiores e inferiores, assim como da coluna cervical, de forma a evitar a rigidez e reduzir a hipotrofia muscular (Pratelli et al., 2010).

O plano de intervenção, mais exigente, terá início após a fratura de compressão ser denominada de “estável” (o que pode levar entre 8 a 10 semanas) e, poderá incluir:
- Terapia Manual (aplicação de técnicas como mobilização de tecidos ou massagem de forma a reduzir a dor e inflamação);
- Exercícios de amplitude articular (para a coluna cervical, torácica e lombar, anca, ombros e/ou outros);
- Exercícios de fortalecimento muscular (exercícios suaves em carga, para membros superiores, inferiores e músculos estabilizadores);
- Ensino (manutenção de posturas seguras, de forma a proteger as vértebras, aquando da realização de exercícios e atividades do dia-a-dia);
- Exercícios de Equilíbrio (de forma a prevenir quedas, aumentar a velocidade de marcha, fazer algumas modificações em casa e outros) (Pratelli et al., 2010; APTA, 2017).

Figura 3 - Exemplos de exercícios e técnicas que poderão ser utilizados de acordo com a fase de reabilitação em que o paciente se encontre



Fraturas de compressão da Coluna – Podem ser prevenidas?

Algumas formas de prevenção desta condição poderão incluir:
- Ter uma alimentação equilibrada (que promova a saúde óssea);
- Parar de fumar;
- Consumir álcool moderadamente;
- Realizar exercício regularmente (atividades que promovam a carga como andar);
- Reduzir o risco de queda (realizando exercícios de equilíbrio e modificações recomendadas no domicílio);
- Manter uma postura adequada aquando da realização das diferentes atividades do dia-a-dia (Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).

Figura 4 - Exemplos de exercícios de equilíbrio e de dieta saudável



Referências:
Pfeifer, M., Sinaki, M., Geusens, P., et al. (2004) Musculoskeletal rehabilitation in osteoporosis: a reviewJ Bone Miner Res.19(8):1208–1214. 
Old, J.L., Calvert, M. (2004) Vertebral compression fractures in the elderlyAm Fam Physician. 69(1):111–116. 
Pratelli, E., Cinotti, I., Pasquetti, P. (2010) Rehabilitation in osteoporotic vertebral fractures. Clinical Cases in Mineral and Bone Metabolism. 7(1): 45-47 45.
Medline Plus. https://medlineplus.gov/ency/article/000443.htm. 27/11/2017. 16H00.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Dicas para uma correta utilização das mochilas escolares



O transporte da mochila escolar representa uma tarefa diária na vida das crianças. Quando as características das mochilas (peso, tipo de alças, número de bolsas e outras) estão desajustadas à criança, o seu uso poderá trazer algumas consequências, a nível da saúde, como: alteração do padrão de marcha, má postura, desconforto e/ou dor a nível da coluna e ombro. Assim, torna-se importante seguir algumas linhas orientadoras aquando da escolha da mochila e do seu transporte, de forma a prevenir lesões (Javadivala et al., 2012; National Safety Council, 2017; APTA, 2017).

Quando compra uma mochila para o seu filho deverá certificar-se que esta apresenta:
- Um design ergonómico;

- Um tamanho correto: nunca mais largo ou comprido que o tronco da criança; não deve ultrapassar os 10 cm abaixo da cintura;

- Alças largas e almofadadas;

- Costas almofadadas;

- Cintos a nível da anca e peito (para ajudar a transferir algum peso para a anca e tronco);


- Compartimentos múltiplos (para melhor distribuir o peso; colocar os objetos mais pesados junto às costas) (National Safety Council, 2017; APTA, 2017; Forjuoh et al., 2003).



Na altura de preparar a mochila para a escola certifique-se de que tudo o que é guardado é necessário e se está arrumado de forma adequada. Na medida do possível, certifique-se que o peso da mochila é inferior a 10%-15% do peso corporal (National Safety Council, 2017; Forjuoh et al., 2003).




Na altura do transporte da mochila verifique se as alças estão bem ajustadas, ensine o seu filho a levantar de forma adequada a mochila (com os joelhos dobrados e de frente para a mesma), relembre o seu filho que deverá sempre transportar a mochila com as 2 alças (National Safety Council, 2017; Forjuoh et al., 2003).




Adicionalmente, o Fisioterapeuta poderá ajudar a melhorar problemas que se verifiquem a nível da postura, corrigir desequilíbrios musculares e tratar a dor que possa resultar do uso inadequado da mochila (APTA, 2017).




Referências:
Forjuoh, N., Little, D., Schuchmann, J.A., Lane, B.L. 2003. Parental knowledge of school backpack weight and contentes. Arch Dis Child.88:18–19.

Gardon, G., Balagué, F. (2004) Backpacks and spinal disorders in school children. Eur Med Phys. 40:15-21.

Javadivala, Z., Allahverdipour, H., Dianat, I., Bazargan, M. (2012) Awareness of Parents about Characteristics of a Healthy School Backpack. Health Promotion Perspectives. 2(2):166-172.


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Síndrome de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – O que é?

A “Canelite” desenvolve-se quando é aplicado stress, excessivo e repetido, a nível da tíbia (principal osso da canela). Esta condição causa dor na parte interna (de dentro) da canela (Kudo et al., 2015; Schulze et al., 2014; Moen et al., 2012; Craig, 2008; Galbraith et al., 2009; APTA, 2017).

Figura 1 - Anatomia da perna

Afeta entre 4 a 35% dos atletas, que correm ou saltam, e da população militar. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento desta condição incluem:
- Tipo de desporto (desportos com corrida e salto);
- Superfície de treino;
- Volume de treino;
- Sapatos;

- Aplanamento do arco do pé e alteração padrão de marcha (Kudo et al., 2015; Galbraith et al., 2009; Craig, 2008; APTA, 2017).


Figura 2 - Fatores de risco (exemplos)





Síndrome de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – Quais os sintomas?

Em casos de “Canelite” o indivíduo poderá experienciar:
- Dor na região média ou último terço da região interna da canela;
- Dor à palpação;
- Dor durante ou após o exercício (Schulze et al., 2014; Craig, 2008; APTA, 2017). 

Figura 3 - Regiões de dor




Síndrome de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – Que Intervenção?

Após avaliação o plano de intervenção poderá incluir:
- Técnicas para alívio da dor (poderá ser recomendado, por exemplo, a cessação da atividade ou exercício que agrave a condição, aplicação de gelo, exercícios suaves de flexibilidade, massagem, mobilização articular e outros);
- Exercícios de fortalecimento muscular a nível da anca (para diminuir stress a nível do membro inferior) e da canela (para diminuir o aplanamento do pé);
- Exercícios de alongamento (para tornozelo e pé);
- Modificação das técnicas de saltar e de corrida;
- Alteração para um calçado que proporcione um maior suporte do pé e absorção do choque (Kudo et al., 2015; Schulze et al., 2014; Moen et al., 2012; Craig, 2008; Galbraith et al., 2009; APTA, 2017).



Figura 4 - Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados.




Síndrome de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – Pode ser Prevenida?

A evidência disponível no que diz respeito à prevenção desta condição é limitada e inconclusiva. Apesar disso alguns métodos mostram-se promissores:
- Uso de palmilhas que absorvam o choque;
- Corrigir erros de treino, da técnica e alterações de alinhamento;
- Realizar alongamentos antes e após o exercício;
- Realizar exercícios de fortalecimento e endurance para o pé, anca e músculos pélvicos (Galbraith et al., 2009; Craig, 2008; APTA, 2017).


Figura 5 - Alinhamento corporal durante a acorrida



Referências:
Moen, M.H., Holtslag, L., Bakker, E., et al. (2012). The treatment of medial tibial stress syndrome in athletes: a randomized clinical trial. Sports Med Arthrosc Rehabil Ther Technol. 4:12.

Schulze, C., Finze, S., Bader, R., Lison, A. (2014). Treatment of Medial Tibial Stress Syndrome according to the Fascial Distortion Model: A Prospective Case Control Study. Scientific World Journal. 2014. 6.

Craig, D.I. (2008) Medial Tibial Stress Syndrome: Evidence-Based PreventionJournal of Athletic Training. 43(3):316–318.

Luedke, L.E., Heiderscheit, B.C., Williams, D.S.B., Rauh, M.J. (2015) Association of isometric strength of hip and knee muscles with injury risk in high school cross country runners. The International Journal of Sports Physical Therapy. 10(6) 868- 876.

Galbraith, R.M., Lavallee, M.E. (2009) Medial tibial stress syndrome: conservative treatment options. Curr Rev Musculoskelet Med. 2:127–133.

Kudo, S., Hatanaka, Y. (2015). Forefoot flexibility and medial tibial stress syndrome. Journal of Orthopaedic Surgery. 23(3):357-60.