Bem- estar e Movimento

Bem- estar e Movimento

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Trocanterite – O que é?

A Trocanterite é uma condição que se carateriza por dor, ao nível ou em redor do trocânter maior, na anca (Mellor et al., 2016).

A bursa, uma estrutura tipo “saco” que contém um fluido, localiza-se sobre o trocânter maior, uma proeminência óssea na parte lateral do osso da anca (fémur). Esta estrutura permite reduzir a fricção entre o osso e os músculos que se inserem nessa região. Em casos de Trocanterite existe uma inflamação da bursa, em resultado de uma fricção excessiva e, que poderá ser devida a uma combinação de fraqueza muscular e encurtamento (Reid, 2016; APTA, 2017).

Figura 1 - Anatomia da Anca

Esta condição é mais comum em mulheres de meia-idade, moderadamente ativas, e em indivíduos que aumentaram recentemente o nível de atividade física. Embora tradicionalmente, se considere esta condição como Trocanterite, atualmente imagens de diagnóstico assim como procedimentos médicos, realizados em indivíduos que apresentam dor a nível da anca, demonstram que a patologia primária está relacionada com uma Tendinopatia a nível dos glúteos e à qual, geralmente, se associa uma distensão da bursa (Mellor et al., 2016; Reid, 2016; APTA, 2017).



Trocanterite – Quais os sintomas?

Em caso de Trocanterite poderá sentir:

- Dor quando está deitado sobre o lado afetado;
- Sensibilidade à palpação na parte lateral da anca;
- Tensão na anca;
- Dor e “rigidez” quando se senta durante longos períodos de tempo, anda (sobretudo nos primeiros passos), se agacha (Grumet et al., 2010; Reid, 2016; APTA, 2017).


Trocanterite Que Intervenção?

Em caso de Trocanterite o seu plano de intervenção poderá incluir:

- Estratégias para Redução da dor. Aconselhamento para aplicação de gelo na área afetada, interrupção da atividade e outros.

- Terapia Manual. Inclui técnicas para melhorar amplitude de movimento e força de regiões que são mais complicadas de tratar por si.

- Exercícios de fortalecimento muscular. Fraqueza e/ou desequilíbrios musculares podem provocar fricção excessiva na região do trocânter maior. Desta forma, serão incluídos exercícios para os músculos do CORE e estabilizadores da anca, em função das suas necessidades.  

- Exercícios de amplitude articular. As articulações da anca, joelho podem estar a mover-se de forma desadequada e provocar tensão no trocânter maior. Exercícios de alongamento poderão ser aplicados para reduzir a tensão e restaurar a amplitude de movimento normal.

Figura 2 - Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados

Deverá ter em consideração de que se não procurar tratamento, para a Trocanterite, a dor irá persistir e resultar em dificuldade para realizar as atividades pretendidas (Mellor et al., 2016; Reid, 2016; Grumet et al., 2010; Lustenberger et al., 2011; APTA, 2017).



Trocanterite Pode ser Prevenida?

Os melhores métodos de prevenção, desta condição, estão relacionados com:

- Manutenção de uma força muscular e mobilidade adequadas a nível do membro inferior;

- Rotina de exercícios (ter em atenção mudanças no programa de exercícios como: volume de exercício, calçado e outros) (Reid, 2016; Mellor et al., 2016; APTA, 2017).

Figura 3 - Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados


Referências:

Mellor, R., Grimaldi, A., Wajswelner, H., Hodges, P., Abbott, JH., Bennell, K., Vicenzino, B. (2016) Exercise and load modification versus corticosteroid injection versus ‘wait and see’ for persistent gluteus medius/minimus tendinopathy (the LEAP trial): a protocol for a randomised clinical trial. BMC Musculoskeletal Disorders. 17:196.

Reid, D. (2016) The management of greater trochanteric pain syndrome: A systematic literature review. Journal of Orthopaedics 13: 15 – 28.

Lustenberger, DP., Ng, VY., Best, TM., Ellis, TJ. (2011) Efficacy of treatment of trochanteric bursitis: a systematic review. Clin J Sport Med. 21(5):447-453.

Grumet, RC., Frank, RM., Slabaugh, MA., et al. (2010) Lateral hip pain in an athletic population: differential diagnosis and treatment options. Sports Health. 2(3):191-196.