Bem- estar e Movimento

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quarta-feira, 7 de junho de 2017


Tendinopatia do Tendão de Aquiles – O que é?

Tendinopatia é um termo que se refere a qualquer problema relacionado com o tendão. A Tendinopatia do Tendão de Aquiles é uma “irritação” do Tendão de Aquiles, uma banda espessa de tecido que se estende ao longo da parte inferior da perna, e que liga os músculos da perna ao calcanhar (Jayaseelan et al., 2017; Sussmilch-Leitch et al., 2012; APTA, 2017; Maffulli et al., 2010; Alfredson et al., 2007).

Figura 1 - Anatomia do Tendão de Aquiles

A etiologia desta condição é, geralmente, multifatorial incluindo fatores de risco intrínsecos como: diabetes, obesidade, hipertensão, hiperlipidémias, amplitude do movimento de flexão dorsal limitado, alteração da força dos flexores plantares e pronação excessiva; e fatores extrínsecos, como: uso de calçado inadequado e métodos de treino incorretos (Jayaseelan et al., 2017; Sussmilch-Leitch et al., 2012; APTA, 2017; Maffulli et al., 2010; Alfredson et al., 2007).

Figura 2 - Fatores de risco (exemplos)



Tendinopatia do Tendão de Aquiles – Quais os sintomas?

Nestes casos, a dor poderá localizar-se em qualquer zona ao longo do tendão e afetar, o indivíduo, em atividades como: andar e subir escadas. Para além da dor, o indivíduo poderá sentir: inchaço na parte de trás do tornozelo, sensibilidade na região do calcanhar ou mais acima na região no tendão e “rigidez” no tornozelo e perna (Jayaseelan et al., 2017; Sussmilch-Leitch et al., 2012; APTA, 2017; Maffulli et al., 2010; Alfredson et al., 2007).

Figura 3 - Região de dor



Tendinopatia do Tendão de Aquiles – Que intervenção?

Após avaliação, o plano de intervenção poderá incluir estratégias para:

- Aliviar a dor (utilizando, por exemplo, gelo);

- Melhorar a amplitude movimento (através de exercícios de alongamento para os músculos da região da perna; terapia manual – massagem, mobilização articular);

- Fortalecer os músculos;

- Prevenir o reaparecimento da condição através da educação do indivíduo (procurar fatores que possam ter contribuído para a dor de forma a evitá-los no futuro; programa de exercícios para realizar um retorno sem dor à atividade).

É preciso ter em conta que quando esta condição não é tratada, a dor permanece e, a longo prazo, poderá resultar numa rutura do Tendão de Aquiles (Jayaseelan et al., 2017; Sussmilch-Leitch et al., 2012; APTA, 2017; Maffulli et al., 2010; Alfredson et al., 2007).

Figura 4 - Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados


Tendinopatia do Tendão de Aquiles – Pode ser prevenida?

A manutenção de uma mobilidade e força muscular apropriadas, a nível do membro inferior assim como, uma rotina de treino adequada (tendo em atenção as alterações da superfície de treino, volume de exercícios e calçado utilizado) são os melhores métodos de prevenção desta patologia (Jayaseelan et al., 2017; Sussmilch-Leitch et al., 2012; APTA, 2017; Maffulli et al., 2010; Alfredson et al., 2007).

Figura 5 - Exemplos de exercícios recomendados


Referências:
Maffulli, N., Longo, UG., Loppini, M., Denaro, V. (2010) Current treatment options for tendinopathy. Expert Opin Pharmacother. 11:2177-2186.

Alfredson, H., Cook, J. (2007) A treatment algorithm for managing Achilles tendinopathy: new treatment options. Br J Sports Med. 41:211–216.

Jayaseelan, D., Post, A., Mischke, J., Sault, J. (2017) Joint mobilization in the management of persistent insertional achilles tendinopathy: a case report. The International Journal of Sports Physical Therapy. 12:1.133-143.

Sussmilch-Leitch, S., Collins, N., Bialocerkowski, A., Warden, S., Crossley,K. (2012). Physical therapies for Achilles tendinopathy: systematic review and meta-analysis. Journal of Foot and Ankle Research. 5:15. 16.