Algumas Dicas
e Fatos que deve saber sobre a Dor
COMPREENDA A DOR, COMPREENDA O GANHO. Compreender o
funcionamento dos mecanismos de dor é, segundo estudos científicos, uma
excelente estratégia para gerir a dor. Para isso apenas precisa de saber como
funciona, o cérebro e nervos e, qual o seu papel na dor, o que poderá ajudar a
reduzir a sua probabilidade de desenvolver sintomas de dor crónica (Butler et al., 2003).
A DOR É UM OUTPUT (informação que sai) DO CÉREBRO. Acreditava-se que a
dor tinha origem nos tecidos do nosso corpo, atualmente sabemos que a dor não
existe até que o cérebro o determina. O cérebro usa uma “espécie de mapa” para
dirigir um output (informação) de dor para os tecidos corporais que suspeita estarem
em perigo. Este processo funciona como um meio de comunicação entre o cérebro e
os tecidos corporais, servindo de defesa contra possíveis lesões ou doenças (Butler et al., 2003).
CONTINUE A MOVIMENTAR-SE. GRADUALMENTE E FIRMEMENTE. Uma vida ativa e um estilo de vida saudável melhoram não só o nosso
bem-estar e saúde, como ainda reduzem as hipóteses de desenvolver dor crónica.
O nosso corpo foi construído para se mover e, temos de compreender que nem
todas as dores são causa de alarme (Fritz et al.,
2008; Hides et al., 2001; Lin et al,
2016; Butler et al., 2003).
PASSE TEMPO COM UM BOM FISIOTERAPEUTA. Se teve uma lesão,
ou teve um episódio de dor, procure a ajuda do Fisioterapeuta, numa fase
inicial; o Fisioterapeuta poderá ajudar a identificar e a gerir os seus
sintomas. Quanto mais cedo procurar ajuda, mais probabilidade tem de não
desenvolver sintomas crónicos (Malai et
al., 2015; Fritz et al., 2008;
Hides et al., 2001; Butler et al., 2003).
NÃO SE FOQUE NA IMAGEM. Apesar do que os
exames complementares de diagnóstico (RM, RX, TAC) possam mostrar, a imagem
pode, na realidade, dar-nos pouca informação sobre o que está a causar a dor. Um
estudo, utilizando exames de diagnóstico, realizado em indivíduos com 60 anos
ou mais e, que não apresentavam sintomas de dor lombar, demonstrou que 36%
apresentavam hérnia do disco, 21% apresentavam estenose vertebral e, que mais
de 90% apresentava degeneração do disco (Boden et al., citados por Allegri et
al., 2016). Isto demonstra que o que aparece na imagem nem sempre está
relacionado com os sintomas (Butler et
al., 2003).
“RESOLVER” A DEPRESSÃO E ANSIEDADE AJUDA. A sua probabilidade
de desenvolver dor crónica poderá ser mais elevada se tiver depressão e
ansiedade. Um estudo recente, publicado no British
Journal of Anaesthesia, mostrou que a saúde mental, antes da realização de
cirurgia de Artroplastia do Joelho (conhecida por: prótese do joelho), representa
um dos fatores mais fortes de influência em casos de dor, a longo-prazo, após
cirurgia (Lewis et al., 2015; Butler
et al., 2003).
Referências:
Butler,
DS., Moseley, GL. (2003) Explain Pain.
Adelaide City West, South Australia: Noigroup Publications.
Lewis,
GN., Rice, DA., McNair, PJ., Kluger, M. (2015) Predictors of persistent pain after total knee arthroplasty: a
systematic review and meta-analysis. British Journal of Anaesthesia 114
(4): 551–61.
Allegri, M., Montella,
S., Salici, F. (2016) Mechanisms of low
back pain: a guide for diagnosis and therapy. 5(F1000 Faculty Rev):1530.
Fritz, J., Cleland, J., Speckman, M., Brennan, G., Hunter, S. (2008)
Physical Therapy for Acute Low Back Pain: Associations With Subsequent
Healthcare Costs. Spine. Vol. 33; 16: 1800-1805.
Hides J., Jull, G., Richardson, C., (2001) Long-term effects specific
stabilizing exercises for first-episode low back pain. Spine. 26: 243-248.
Malai S., Pichaiyongwongdee S., Sakulsriprasert P. (2015) Immediate
Effect of Hold-Relax Stretching of Iliopsoas Muscle on Transversus Abdominis Muscle
Activation in Chronic Non-Specific Low Back Pain with Lumbar Hyperlordosis.
ThailandJ Med Assoc Thai. 98 (Suppl. 5): S6-S11.
APTA. http://www.moveforwardpt.com/Resources.
7/5/2017. 16H00.