Bem- estar e Movimento

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quarta-feira, 10 de maio de 2017


Algumas Dicas e Fatos que deve saber sobre a Dor

COMPREENDA A DOR, COMPREENDA O GANHO. Compreender o funcionamento dos mecanismos de dor é, segundo estudos científicos, uma excelente estratégia para gerir a dor. Para isso apenas precisa de saber como funciona, o cérebro e nervos e, qual o seu papel na dor, o que poderá ajudar a reduzir a sua probabilidade de desenvolver sintomas de dor crónica (Butler et al., 2003).


A DOR É UM OUTPUT (informação que sai) DO CÉREBRO. Acreditava-se que a dor tinha origem nos tecidos do nosso corpo, atualmente sabemos que a dor não existe até que o cérebro o determina. O cérebro usa uma “espécie de mapa” para dirigir um output (informação) de dor para os tecidos corporais que suspeita estarem em perigo. Este processo funciona como um meio de comunicação entre o cérebro e os tecidos corporais, servindo de defesa contra possíveis lesões ou doenças (Butler et al., 2003).



CONTINUE A MOVIMENTAR-SE. GRADUALMENTE E FIRMEMENTE. Uma vida ativa e um estilo de vida saudável melhoram não só o nosso bem-estar e saúde, como ainda reduzem as hipóteses de desenvolver dor crónica. O nosso corpo foi construído para se mover e, temos de compreender que nem todas as dores são causa de alarme (Fritz et al., 2008; Hides et al., 2001; Lin et al, 2016; Butler et al., 2003).




PASSE TEMPO COM UM BOM FISIOTERAPEUTA. Se teve uma lesão, ou teve um episódio de dor, procure a ajuda do Fisioterapeuta, numa fase inicial; o Fisioterapeuta poderá ajudar a identificar e a gerir os seus sintomas. Quanto mais cedo procurar ajuda, mais probabilidade tem de não desenvolver sintomas crónicos (Malai et al., 2015; Fritz et al., 2008; Hides et al., 2001; Butler et al., 2003). 
  

NÃO SE FOQUE NA IMAGEM. Apesar do que os exames complementares de diagnóstico (RM, RX, TAC) possam mostrar, a imagem pode, na realidade, dar-nos pouca informação sobre o que está a causar a dor. Um estudo, utilizando exames de diagnóstico, realizado em indivíduos com 60 anos ou mais e, que não apresentavam sintomas de dor lombar, demonstrou que 36% apresentavam hérnia do disco, 21% apresentavam estenose vertebral e, que mais de 90% apresentava degeneração do disco (Boden et al., citados por Allegri et al., 2016). Isto demonstra que o que aparece na imagem nem sempre está relacionado com os sintomas (Butler et al., 2003).



“RESOLVER” A DEPRESSÃO E ANSIEDADE AJUDA. A sua probabilidade de desenvolver dor crónica poderá ser mais elevada se tiver depressão e ansiedade. Um estudo recente, publicado no British Journal of Anaesthesia, mostrou que a saúde mental, antes da realização de cirurgia de Artroplastia do Joelho (conhecida por: prótese do joelho), representa um dos fatores mais fortes de influência em casos de dor, a longo-prazo, após cirurgia (Lewis et al., 2015; Butler et al., 2003).



Referências:
Butler, DS., Moseley, GL. (2003) Explain Pain. Adelaide City West, South Australia: Noigroup Publications.

Lewis, GN., Rice, DA., McNair, PJ., Kluger, M. (2015) Predictors of persistent pain after total knee arthroplasty: a systematic review and meta-analysis. British Journal of Anaesthesia 114 (4): 551–61.

Allegri, M., Montella, S., Salici, F. (2016) Mechanisms of low back pain: a guide for diagnosis and therapy. 5(F1000 Faculty Rev):1530.

Fritz, J., Cleland, J., Speckman, M., Brennan, G., Hunter, S. (2008) Physical Therapy for Acute Low Back Pain: Associations With Subsequent Healthcare Costs. Spine. Vol. 33; 16: 1800-1805.

Hides J., Jull, G., Richardson, C., (2001) Long-term effects specific stabilizing exercises for first-episode low back pain. Spine. 26: 243-248.

Malai S., Pichaiyongwongdee S., Sakulsriprasert P. (2015) Immediate Effect of Hold-Relax Stretching of Iliopsoas Muscle on Transversus Abdominis Muscle Activation in Chronic Non-Specific Low Back Pain with Lumbar Hyperlordosis. ThailandJ Med Assoc Thai. 98 (Suppl. 5): S6-S11.