Fraturas de
Stress do Membro Inferior (MI) – O que são?
As fraturas de stress são
pequenas microfraturas que ocorrem no osso. Estão, geralmente, relacionadas com atividades repetitivas que implicam
impacto ósseo; estes impactos provocam alterações
no processo de remodelação óssea (APTA, 2017; Patel et al., 2010).
Como fatores
intrínsecos, relacionados com fraturas de stress, temos: pé cavo,
discrepâncias no comprimento dos membros inferiores, osteopenia/osteoporose, pobre
aporte sanguíneo à região e níveis hormonais
anormais. Quanto a fatores
extrínsecos temos: tipo de
atividade, regime de treino excessivo, calçado desadequado, técnica inapropriada,
tipo de superfície de treino e privação
de sono (Mayer et al., 2013).
As regiões, do pé e tornozelo, que
apresentam maior risco de fratura de stress são: maléolo medial (tíbia), tálus,
navicular, base do 5º metatarso e osso sesamoide (Mayer et al., 2013).
Ossos do pé e tornozelo |
Fraturas de
Stress do MI – Quais os sintomas?
As
fraturas de stress são caraterizadas
por uma dor aguda num ponto ósseo
específico. Nestes casos, o indivíduo poderá experienciar dor durante e após a atividade (andar,
correr, saltar) e inchaço sem hematoma na região (APTA,
2017; Patel et al., 2010).
Fraturas de Stress |
Fraturas de
Stress do MI – Que intervenção?
Dependendo
da lesão, o tempo de recuperação
para fraturas de stress pode variar de 4 a 12 semanas. O tratamento deverá ser iniciado assim que se suspeita
de lesão; inicialmente deverá incluir redução
da atividade para níveis sem dor (APTA, 2017; Patel et al., 2010).
Há medida que
recupera, o Fisioterapeuta recomendará
um plano de intervenção adequado, seguro e efetivo e que poderá incluir: exercícios para melhorar a amplitude de movimento (uma vez que
estes poderão estar afetados pelo tempo que esteve mais imóvel), exercícios de fortalecimento (pois inatividade
a curto prazo enfraquece os músculos das pernas), exercícios para treinar o equilíbrio (exercícios que ajudam os
músculos a “aprenderem” a responder a situações como superfícies
instáveis/desiguais, quando for possível realizar os exercícios com o peso
sobre o membro inferior afetado) e treino
funcional (isto é, quando for capaz de andar sem dor o Fisioterapeuta
poderá começar a introduzir no plano de tratamento atividades preparatórias - por
exemplo, o saltitar, jogging leve – para que o paciente volte às atividades
antes da lesão) (APTA, 2017; Patel et al., 2010).
Exemplos de Exercícios que poderão ser recomendados |
Fraturas
de Stress do MI – Pode ser prevenida?
Não existem métodos garantidos para a
prevenção desta lesão. Existem no entanto fatores de
risco associados a esta condição como: o consumo de mais de 10 bebidas alcoólicas por semana, a realização de atividade física excessiva
com períodos de descanso insuficientes, a tríada da atleta feminina (amenorreia, osteoporose e distúrbios
alimentares), ser do sexo feminino, apresentar
baixos níveis de vitamina D, fumar, aumentar subitamente a atividade física e correr mais de 40 kms por semana. Desta forma, a prevenção focar-se-á na modificação deste fatores de risco através,
por exemplo, da modificação da atividade, assegurando descanso adequado entre
treinos, tomar suplementos alimentares de cálcio e vitamina D, ponderar a
utilização de sapatos que absorvam o choque e outros (APTA,
2017; Patel et al., 2010).
Métodos de prevenção |
Referências:
Brewer, R., Gregory, A. (2012) Chronic
lower leg pain in athletes: a guide for the differential diagnosis, evaluation,
and treatment. Sports Health. 4(2):121-127.
Patel, S., Roth, M., Kapil, N. (2011) Stress fractures: diagnosis,
treatment, and prevention. Am Fam Physician. 83(1):39-46.
Reinking, M., Austin, T., Bennett, J., Hayes, A., Mitchell, W. (2015). Lower
extremity overuse bone injury risk factors in collegiate athletes: a pilot
study. The International Journal of Sports Physical Therapy. 10(2):155 – 167.
Mayer, S., Joyner, P., Almekinders, L., Parekh, S. (2013). Stress Fractures
of the Foot and Ankle in Athletes. Sports Health. 6(6): 481-491.