Radiculopatia Cervical – O que é?
A Radiculopatia Cervical ocorre quando há
compressão a nível da raiz de um nervo
cervical. Esta compressão pode ser resultado de condições como: Hérnia do
Disco, Espondilose, instabilidade, trauma e, muito raramente, tumores. A incidência desta patologia parece ter o
seu pico na 4ª e 5ª décadas de vida. Alguns fatores de risco incluem: ser fumador,
radiculopatia lombar prévia, levantar objetos pesados, jogar golfe,
mergulhar, com frequência, de uma
prancha e outros (Caridi et al.,
2011; Iyer et al., 2016).
A Medula Espinhal encontra-se dentro de
um canal na Coluna Vertebral, o Canal Medular
ou Vertebral. As raízes dos nervos
espinhais estendem-se desde a Medula Espinhal e ramificam-se para locais
específicos no braço. Podemos comparar a Medula Espinhal com uma árvore,
sendo esta, o tronco, e os nervos espinhais, os ramos. No caso de ocorrer uma
compressão ou pressão anormal na região dos ramos, perto do tronco, tudo ao
longo do ramo será afetado (APTA, 2017).
Medula Espinhal e raiz nervosa - Anatomia
|
Resumindo, quando os nervos espinhais são
comprimidos, estes são incapazes de
enviar corretamente mensagens aos músculos, assim como de receber informações
sensitivas da região afetada. Um nervo
comprimido na região do pescoço pode causar dor, fraqueza e perda de
sensibilidade no braço. (Caridi et al., 2011; Iyer et al.,
2016; APTA, 2017).
Radiculopatia
Cervical – Quais os Sintomas?
Os sintomas de Radiculopatia Cervical
variam dependendo da raiz nervosa envolvida; ocorrendo comummente no mesmo lado do corpo da raiz
afetada. Os sintomas podem incluir: dor a nível do pescoço, ombro ou braço com a dor
a irradiar, possivelmente, até aos dedos, seguindo o trajeto da raiz
nervosa; dormências no trajeto da raiz
afetada, fraqueza no ombro, braço ou
mão (Caridi et al., 2011; Iyer et al., 2016).
Radiculopatia Cervical – inervação local sensitiva de cada raiz nervosa
cervical
|
De
seguida, são apresentados, os sintomas específicos de acordo com a raiz nervosa
afetada (Caridi et al., 2011; Iyer et al., 2016):
Radiculopatia Cervical – Que Intervenção?
A Fisioterapia é um tratamento
efetivo em casos de Radiculopatia Cervical.
O Plano de Intervenção poderá incluir: Controlo da dor (por exemplo: colocar
gelo nas 1ªs 24 a 48 horas após o início da dor, após este período poderá
utilizar quente para relaxar os músculos da área); Terapia manual (por exemplo: tração cervical manual, realizar massagem
suave dos músculos da região); Educação
Postural (o Fisioterapeuta poderá aconselhar ajustes na área de trabalho
que promovam uma postura correta e protetora do pescoço); Exercícios de Amplitude de Movimento (por exemplo: exercícios de
mobilidade cervical suaves, exercícios de flexibilidade, tendo sempre em
atenção que a dor não deve agravar com os exercícios!); Exercícios de Fortalecimento (fortalecer os músculos afetados
incluindo, também, exercícios de estabilidade cervical); Treino Funcional (à medida que os sintomas melhoram, o Fisioterapeuta
recomendará exercícios funcionais que ajudem, o paciente, no retorno ao trabalho,
desporto ou atividades da vida diária treinando por exemplo, o alcançar, o
puxar ou outros de acordo com as suas necessidades) (APTA, 2017; Langevin et al., 2012; Boyles et al., 2011; Thoomes, 2016; Halvorsen et al., 2016).
A. Exercícios
de Fortalecimento; B. Massagem
|
Alguns conselhos para
a organização de um espaço de trabalho adequado
|
Radiculopatia Cervical – Pode ser Prevenida?
O Fisioterapeuta educará o paciente
acerca das melhores maneiras de prevenir, a Radiculopatia Cervical, de voltar a
ocorrer. Alguns
conselhos poderão ser: a manutenção de
uma postura correta (por exemplo: usar uma almofada de suporte cervical;
estar numa posição adequada quando sentado no carro); a organização do espaço de trabalho por forma a diminuir as forças
exercidas na coluna (por exemplo: utilizar auriculares quando fala ao
telemóvel, ajustar o monitor para evitar rotações repetitivas com o pescoço ao
longo do dia); a realização de exercício
regular para manter a flexibilidade e força muscular na região do pescoço (podem
também ser incluídos exercícios para o tronco superior, região média das costas
e músculos do CORE) e a manutenção de um
peso corporal saudável de forma a minimizar forças desnecessárias na coluna
(APTA, 2017; Caridi et al., 2011; Iyer
et al., 2016).
Exemplos de
exercícios que poderão ser recomendados pelo Fisioterapeuta. A. Exercícios de
fortalecimento; B. Exercícios de alongamento.
|
Referências
Iyer, S., Kim, H. (2016). Cervical radiculopathy. Curr Rev Musculoskelet Med. 9:272–280.
Thoomes, E. (2016) Effectiveness
of manual therapy for cervical radiculopathy, a review. Thoomes Chiropractic
& Manual Therapies. 24:45.
Halvorsen,
M., Falla, D., Gizzi, L., Harms-Ringdahl, K., Peolsson, A., Dedering, A.
(2016). Short- and long-term effects of exercise on neck Muscle function in
cervical radiculopathy: A randomized clinical trial. J Rehabil Med. 48:
696–704.
Langevin, P., Roy, J., Desmeules F. (2012). Cervical radiculopathy: study protocol of a
randomised clinical trial evaluating the effect of mobilisations and exercises
targeting the opening of intervertebral forâmen. BMC Musculoskelet Disord.
13:10.
Boyles, R., Toy, P., Mellon, J. et al. (2011). Effectiveness
of manual physical therapy in the treatment of cervical radiculopathy: a
systems review. J Man Manip Ther.19(3):135–142.
Caridi, J., Pumberger, M., Hughes, A. (2011) Cervical radiculopathy: a review. HSS J.
7(3):265–272.
Dmytriv, M., Rowland, K., Gavagan, T., Holub D.
(2010). PT or cervical collar for
cervical radiculopathy? J Fam Pract. 59(5):269–272.
APTA. http://www.moveforwardpt.com/SymptomsConditions. 8/2/2017. 15h00.