Bem- estar e Movimento

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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Tendinopatia Lateral do Cotovelo – O que é?

Existem vários termos de diagnóstico considerados “sinónimos” desta condição como, Tennis Elbow ou Epicondilite Lateral, no entanto estes termos são inapropriados devido a fatores patológicos, anatómicos e etiológicos. Assim, o termo de diagnóstico mais apropriado é Tendinopatia Lateral do Cotovelo (Stasinopoulos, 2016).


Esta condição é causado por sobreuso do tendão dos extensoresos músculos que utilizamos quando agarramos, torcemos ou agarramos objetos, com a mão, e que se inserem, no epicôndilo lateral, no cotovelo. Esta é a razão que explica o porquê do movimento da mão ou punho causar dor no cotovelo (Bisset et al., 2015; APTA, 2017).


Cotovelo - Anatomia

Tendinopatia Lateral do Cotovelo ocorre mais, comummente, em homens e mulheres entre 35 e 54 anos. Para o aparecimento desta condição podem contribuir: o uso prolongado do punho e mão, por exemplo quando se usa o computador ou maquinaria e, também, uma pega ou técnica desadequadas quando se joga ténis (Bisset et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017). 


Tendinopatia Lateral do Cotovelo – Quais os Sintomas?

Geralmente, os sintomas desenvolvem-se gradualmente, ao logo de um período de semanas ou meses, e em resultado do uso, repetido e forçado, do punho, mão e cotovelo (Bisset et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).



Os sintomas mais frequentes são: dor que irradia para o antebraço e punhodificuldade em realizar atividades que impliquem agarrar (por exemplo: rodar a maçaneta da porta, segurar uma chávena, levantar os sacos das compras e outros), “rigidez” no cotovelo e fraqueza no antebraço, punho e mão (Bisset et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).

A. Região de dor; B. Atividade que provoca dor (abrir a porta)


Tendinopatia Lateral do Cotovelo – Que intervenção?

Durante as primeiras 24 a 48h após surgir a dor, o tratamento pode incluir: repouso do braço (evitando certas atividades e modificando outras), colocação de gelo (10-20 mins) e uso de bandas elásticas ou de suporte (para retirar a pressão dos músculos afetados) (Bisset et al., 2015; Weber et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).

Uso de bandas elásticas de suporte

Após a fase aguda, o Fisioterapeuta focar-se-á em: melhorar o movimento da articulação (utilizando, por exemplo, terapia manual – massagem, mobilização articular), aumentar a força muscular (a nível dos músculos do punho e antebraço, músculos estabilizadores do tronco e ombro), ensinar a usar os músculos de forma correta (por exemplo, quando levantar o saco de compras, deverá contrair os músculos do ombro e tronco de forma a dar suporte aos músculos do braço), ajudar no retorno às atividades (por exemplo, recomendará alterações a fazer, no local de trabalho, em casa e outros, de forma a evitar a dor e nova lesão; alertará para a importância de realizar pausas para alongar os músculos da região(Bisset et al., 2015; Weber et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).

Exemplos de exercícios de mobilidade e alongamento que poderão ser prescritos

Exemplos de exercícios de mobilidade e fortalecimento que poderão ser prescritos

No caso do ténis, esta patologia resulta muitas vezes do treino excessivo. Em alguns casos, o peso da raquete ou a pega deve ser ajustado. Para outros, o problema pode ser devido à falta de capacidade física ou de força nos músculos estabilizadores do tronco e ombro (Bisset et al., 2015; Weber et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).



Tendinopatia Lateral do Cotovelo – Pode ser prevenida?

Sim, pode ser prevenida através da manutenção de uma boa forma física, da utilização de uma técnica adequada no desporto de eleição e no trabalho, da utilização de equipamento que seja ajustado e apropriado ao tipo de corpo e nível de atividade (Bisset et al., 2015; Weber et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).

Gestos técnicos adequados no ténis (forehand ou direita e backhand ou esquerda)

Em casos de Tendinopatia Lateral do Cotovelo, e caso a força muscular e a mobilidade articular não tenham sido completamente restaurados, o indivíduo, poderá apresentar um maior risco de voltar a ter esta lesão (Bisset et al., 2015; Weber et al., 2015; Stasinopoulos, 2016; APTA, 2017).



Referências
Weber, C., Thai, V., Neuheuser, K. et al. (2015) Efficacy of physical therapy for the treatment of lateral epicondylitis: a meta-analysis. BMC Musculoskelet Disord. 16(1):223.

Stasinopoulos, D. (2016) Lateral elbow tendinopathy: Evidence of physiotherapy Management. World J Orthop. 7(8): 463-466.

Bisset, L., Vicenzino, B. (2015) Physiotherapy management of lateral epicondylalgia. Journal of Physiotherapy. 61:174–181.