Bem- estar e Movimento

Bem- estar e Movimento

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Fraturas de Compressão da Coluna – O que são?


A coluna vertebral é constituída por 24 ossos, denominados vértebras. Existem 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas e 5 vértebras lombares. As fraturas de compressão representam o tipo de fratura mais comum na região da coluna. Este tipo de fraturas ocorrem com mais frequência na região média ou torácica, a nível de T10, T11 e T12 e na região inferior ou lombar, em L1. Geralmente, nestes casos, o osso cede na parte da frente (anterior) enquanto que a parte de trás (posterior) permanece sólida (Old et al., 2004; Pfeifer et al., 2004; Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).

Figura 1 - Coluna Vertebral

Figura 2 - Fratura de Compressão

Esta condição é mais comum em pessoas com osteoporose, mulheres com idade superior a 50 anos (pós menopausa); também podem ocorrer secundariamente a um trauma, como em acidentes de viação, queda ou tumor. (Old et al., 2004; Pfeifer et al., 2004; Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).





Fraturas de Compressão da Coluna – Quais os sintomas?

Os sintomas de uma fratura de compressão poderão incluir:
- Dor na coluna que poderá ser repentina ou piorar com o tempo;
- Dor, adormecimento ou paralisia a nível das pernas (por exemplo: pequenas partes do osso que se deslocam para a medula espinal);
- Dor que piora com posição ereta (como andar ou estar de pé);
- Dor a tossir, rir, respirar profundamente;
- Dor que alivia na posição de deitado;
- Dor e dificuldade ao dobrar ou rodar;
- Sensibilidade a nível de uma região específica da coluna;
- Cifose torácica;
- Perda geral de altura;
- Em caso de compressão da medula espinhal: adormecimento, formigueiro, dificuldade em andar, perda do controlo de esfíncteres (Medline Plus, 2017; APTA, 2017)




Fraturas de Compressão da Coluna – Que intervenção?

A Fisioterapia (plano de intervenção menos exigente), nestes casos, poderá iniciar-se durante a fase de repouso na cama. Será importante e aconselhável educar o paciente acerca das posturas corretas a manter na cama e em mudanças de posição. Para além disso, poderão ser iniciados exercícios de estabilização neuromuscular da região toracolombar, que não impliquem mobilização. Poderão, ainda, iniciar-se exercícios passivos e ativos, com mobilização dos membros superiores e inferiores, assim como da coluna cervical, de forma a evitar a rigidez e reduzir a hipotrofia muscular (Pratelli et al., 2010).

O plano de intervenção, mais exigente, terá início após a fratura de compressão ser denominada de “estável” (o que pode levar entre 8 a 10 semanas) e, poderá incluir:
- Terapia Manual (aplicação de técnicas como mobilização de tecidos ou massagem de forma a reduzir a dor e inflamação);
- Exercícios de amplitude articular (para a coluna cervical, torácica e lombar, anca, ombros e/ou outros);
- Exercícios de fortalecimento muscular (exercícios suaves em carga, para membros superiores, inferiores e músculos estabilizadores);
- Ensino (manutenção de posturas seguras, de forma a proteger as vértebras, aquando da realização de exercícios e atividades do dia-a-dia);
- Exercícios de Equilíbrio (de forma a prevenir quedas, aumentar a velocidade de marcha, fazer algumas modificações em casa e outros) (Pratelli et al., 2010; APTA, 2017).

Figura 3 - Exemplos de exercícios e técnicas que poderão ser utilizados de acordo com a fase de reabilitação em que o paciente se encontre



Fraturas de compressão da Coluna – Podem ser prevenidas?

Algumas formas de prevenção desta condição poderão incluir:
- Ter uma alimentação equilibrada (que promova a saúde óssea);
- Parar de fumar;
- Consumir álcool moderadamente;
- Realizar exercício regularmente (atividades que promovam a carga como andar);
- Reduzir o risco de queda (realizando exercícios de equilíbrio e modificações recomendadas no domicílio);
- Manter uma postura adequada aquando da realização das diferentes atividades do dia-a-dia (Pratelli et al., 2010; Medline Plus, 2017; APTA, 2017).

Figura 4 - Exemplos de exercícios de equilíbrio e de dieta saudável



Referências:
Pfeifer, M., Sinaki, M., Geusens, P., et al. (2004) Musculoskeletal rehabilitation in osteoporosis: a reviewJ Bone Miner Res.19(8):1208–1214. 
Old, J.L., Calvert, M. (2004) Vertebral compression fractures in the elderlyAm Fam Physician. 69(1):111–116. 
Pratelli, E., Cinotti, I., Pasquetti, P. (2010) Rehabilitation in osteoporotic vertebral fractures. Clinical Cases in Mineral and Bone Metabolism. 7(1): 45-47 45.
Medline Plus. https://medlineplus.gov/ency/article/000443.htm. 27/11/2017. 16H00.