Bem- estar e Movimento

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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Síndrome do Túnel Cárpico – O que é?

Síndrome do Túnel Cárpico representa a neuropatia de compressão mais comum, na população adulta, com uma prevalência que varia de 2.7 a 5.8% (LeBlanc et al., 2011).

uso repetitivo das mãos e dedos, assim como a obesidade, a gravidez, a artrite, o hipotiroidismo e a Diabetes Mellitus podem, em alguns indivíduos, contribuir para o desenvolvimento desta condição (LeBlanc et al., 2011; APTA, 2017).

Existe um canal estreito no punho, no lado da palma da mão, denominado de túnel cárpico. Este túnel protege o nervo mediano e os tendões dos músculos flexores dos dedos (músculos que dobram os dedos). Pressão no nervo pode causar dor e fraqueza no punho e mão e, ainda dormência em alguns dos dedos. Assim, a Síndrome do Túnel Cárpico é uma condição patológica onde existe compressão do nervo mediano, no túnel cárpico, no punho (Sang-Dol, 2015; Yi-Ming et al., 2016; APTA, 2017).


Túnel cárpico - anatomia


Síndrome do Túnel Cárpico – Quais os sintomas?

A Síndrome do Túnel Cárpico normalmente inicia-se gradualmente, com sintomas como dormências, adormecimento, “pins and needles” na palma da mão e dedos. Geralmente os sintomas são mais notórios durante a noite, podendo o indivíduo notar que acorda, a meio da noite, devido à sintomatologia. Muitas pessoas podem sentir a necessidade de “abanar” a mão para tentar aliviar os sintomas. Conforme esta condição progride os sintomas surgem durante o dia e agravam quando se agarram/seguram objetos. O indivíduo poderá notar que deixa cair objetos sem querer e sentir fraqueza no agarrar (LeBlanc et al., 2011; APTA, 2017). 


Sintomas - padrão provável

Síndrome do Túnel Cárpico – Que Intervenção?

Após a avaliação, o Fisioterapeuta irá prescrever um plano de tratamento baseado no caso específico de cada indivíduo. Se se confirmar um estado inicial da Síndrome do Túnel Cárpico, o tratamento conservador será recomendado. Dependendo das causas que possam contribuir para esta condição o plano poderá incluireducação sobre alteração das posições do punho (por exemplo, evitar posições em que o punho esteja muito tempo dobrado), manutenção de uma postura adequada do pescoço e tronco superiorrealização de “pausas para alongamento” durante o dia de trabalhorealização de exercícios para aumentar a força dos músculos da mão, dedos e antebraço (em alguns casos, acrescentam-se ainda, exercícios para o tronco); realização de exercícios de alongamento (punho, mão e dedos); terapia manual (exercícios de mobilização nervosa e outros); utilização de gelo/calor para aliviar a dor; utilização de uma ortótese durante a noite; o Fisioterapeuta poderá, ainda, recomendar a utilização de luvas para manter as mãos/punho quentes e a limitação de desportos que agravem a condição (por exemplo, raquetes) até que os sintomas se resolvam (Yi-Ming et al., 2016; APTA, 2017; Jiménez del Barrio et al., 2016; Bove et al., 2016; D’Angelo et al., 2015; Sang-Dol, 2015; Won-gyu, 2015; LeBlanc et al., 2011).


Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados

Os objetivos da Fisioterapia são a redução da sintomatologia, sem a necessidade de realização de cirurgia, de forma a permitir que o individuo seja o mais ativo e funcional possível.









Caso esta Síndrome esteja numa fase mais avançada, ou caso os sintomas persistam, poderá haver a necessidade de realização de cirurgiaApós a intervenção cirúrgica, a Fisioterapia será importante para ajudar a restaurar a força a nível dos músculos do punho e para aprender e modificar hábitos que levaram aos sintomas. O plano poderá incluir: exercícios para aumentar a força e função dos músculos do punho/mãoalongamentos para melhorar a mobilidade do punho/dedos; tratamento da cicatriz (importante que exista uma boa mobilidade e flexibilidade a este nível); educação acerca da importância da manutenção de uma postura e posição corretas do punho de forma a evitar esta síndrome em casa/atividades de lazer (Yi-Ming et al., 2016; APTA, 2017; Jiménez del Barrio et al., 2016; Bove et al., 2016; D’Angelo et al., 2015; Sang-Dol, 2015; Won-gyu, 2015; LeBlanc et al., 2011).


Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados


Síndrome do Túnel Cárpico – Pode ser prevenida?

Não existem estratégias cientificamente comprovadas para a prevenção desta condição no entanto existem formas de minimizar o stress provocado nas mãos e punhos. Algumas estratégias a adotar poderão serreduzir a força (muitas pessoas usam uma força excessiva quando trabalham utilizando as mãos); realizar pausas frequentes (quando realiza atividades repetitivas, faça pausas para alongar); manter a posição neutra do punho (evitar dobrar o punho); manter as mãos quentes (terá mais probabilidade de desenvolver dor e rigidez se trabalhar num local frio); manter-se saudável; melhorar a postura (ter em atenção se a postura é adequada à atividade que está a realizar de forma a evitar posicionamentos impróprios do punho e mãos).

Exemplos de posicionamento "correto" e "incorreto" do punho utilizando o rato do computador.


Referências:
LeBlanc, K., Cestia, W. (2011) Carpal Tunnel SyndromeAmerican Family Physician. 83:8. 952-958.

Yi-Ming, R., Xi-Shan, W., Zhi-Jian, W., Bao-You, F., Wei, L. (2016) Efficacy, safety, and cost of surgical versus nonsurgical treatment for carpal tunnel syndrome - A systematic review and meta-analysis. 95:40.

Won-gyu, Y. (2015) Effect of the release exercise and exercise position in a patient with carpal tunnel syndrome. J. Phys. Ther. Sci. 27: 3345–3346.

Sang-Dol, K. (2015) Efficacy of tendon and nerve gliding exercises for carpal tunnel syndrome: a systematic review of randomized controlled trials. J. Phys. Ther. Sci. 27: 2645–2648.

Yucel, H. (2015) Factors affecting symptoms and functionality of patients with carpal tunnel syndrome: a retrospective study. J. Phys. Ther. Sci. 27: 1097–1101.

Bove, G., Harris, M., Zhao, H., Barbe, M. (2016) Manual therapy as an effective treatment for fibrosis in a rat model of upper extremity overuse injuryJ Neurol Sci .361: 168–180.

Jiménez del Barrio, S., et al. (2016) Tratamiento conservador en pacientes con síndrome del túnel carpiano con intensidad leve o moderadaRevisión sistemática. Neurología.

D’Angelo, K., Sutton, D., Dion, S., Wong, J. et al. (2015) The effectiveness of passive physical Modalities for the management of soft tissue injuries and neuropathies of the wrist and hand: a systematic review by the ontario protocol for traffic injury management (optima) collaboration. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics. 38:7. 495-505.


APTA (2017). http://www.moveforwardpt.com/SymptomsConditions. 08/05/2018. 16h00.