Bem- estar e Movimento

Bem- estar e Movimento

quarta-feira, 25 de abril de 2018


Como reconhecer uma concussão? Quais os sintomas?
Uma concussão é uma lesão traumática do cérebro que ocorre quando este é violentamente agitado.



Esta lesão pode ocorrer em qualquer idade, e ser consequência de uma variedade de causas, de entre as quais se destacam:

- Acidentes de viação (onde há impacto da cabeça, whiplash)
- Acidentes de trabalho (quedas, trauma com a cabeça)
- Acidentes no recreio/parque (cair do escorrega ou baloiço)
- Lesão desportiva a nível da cabeça/pescoço
- Quedas
- Outra qualquer situação onde ocorra um movimento brusco/pancada a nível da região da cabeça/pescoço.


Uma concussão pode causar efeitos permanentes no tecido cerebral e modificar o seu equilíbrio químico. Os sintomas geralmente surgem poucos minutos após a lesão; no entanto alguns poderão manifestar-se algumas horas mais tarde. A dor de cabeça representa a queixa mais comum. Outros sintomas poderão incluir:

- Perda de consciência
- Tonturas
- Dificuldades a nível da memória
- Náusea/vómitos
- Alterações de comportamento (irritabilidade, alterações rápidas de humor, emoções exageradas, agressividade, depressão e outros)
- Dificuldades no equilíbrio
- Pupilas dilatadas ou desiguais no tamanho
- Visão dupla ou turva
- Dificuldade a adormecer
- Sonolência excessiva


É de extrema importância referir que toda a concussão é considerada uma lesão séria. Se teve uma lesão a nível da cabeça, deverá procurar ajuda médica de imediato.


Durante os primeiros tempos, após a lesão, será aconselhado descanso até a resolução dos sintomas, o que permitirá a recuperação a nível cerebral. Após este período, poderá procurar aconselhamento do seu Fisioterapeuta para tratar algum sintoma físico que possa ter resultado da lesão (dor a nível do pescoço, cabeça, dificuldade no equilíbrio e outros).




Referências:
McCrory, P., Meeuwisse, W., Dvorak, J., et al. (2017) Consensus statement on concussion in sport: the 5th international conference on concussion in sport held in Berlin, October 2016Br J Sports Med. 61:838-847. 
Tapia, R.N., Eapen, B.C. (2017) Rehabilitation of persistent symptoms after concussion. Phys Med Rehabil Clin N Am. 28:287–299. 
Schneider, K.J., Leddy, J.J., Guskiewicz, K.M., et al. (2017) Rest and treatment/rehabilitation following sport-related concussion: a systematic review. Br J Sports Med. 51:930–934. 
Thomas, D.G., Apps, J.N., Hoffmann, R.G., et al. (2015) Benefits of strict rest after acute concussion: a randomized controlled trial. Pediatrics. 135:213–223. 
APTA. http://www.moveforwardpt.com/. 24-04-2017.16:00

quarta-feira, 11 de abril de 2018


Mitos sobre a dor lombar

Em algum ponto da sua vida uma percentagem significativa da população adulta vai experienciar dor a nível da região lombar. Assim, deve ter em consideração que a Fisioterapia é uma escolha segura e eficaz no tratamento desta condição, muitas vezes, tratada excessivamente e desnecessariamente, com medicamentos. Deverá, ainda, ter em conta de que a forma como compreende e lida com esta condição poderá fazer a diferença na sua recuperação.



Mito nº 1 - Está provado que o ultrassom e a estimulação elétrica ajudam na recuperação da dor lombar.
Este tipo de tratamentos passivos não trazem benefícios a longo-prazo, não tratam a causa da dor e, não aceleram o tempo de recuperação.

Mito nº 2 – A dor nas costas é causada por inflamação.
A inflamação poderá estar presente quando a dor é aguda e ocorre, de facto, em certas ocasiões. No entanto, na maioria das vezes, a dor tem uma causa mecânica e assim responderá positivamente a tratamentos mecânicos (que incluam, por exemplo, alongamento, exercícios específicos de estabilização e fortalecimento, e outros relevantes).

Mito nº 3 – Deve descansar e parar/evitar qualquer atividade se está com dor lombar.
É recomendado que faça exercício e permaneça o mais ativo e móvel possível.

Mito nº4 – A causa de dor lombar está relacionada diretamente com os tecidos do nosso corpo. Condições como: doença degenerativa do disco, hérnia do disco e outros são a principal causa de dor.
Hoje em dia, reconhece-se esta condição como sendo mais complexa. Investigações mostram que as anteriores condições estão, também, presentes em pessoas sem dor (assintomáticas). 



Referências:
Choi, H., Gwon, H., Kim,S., Park, S., Cho,B. (2016) Effects of active rehabilitation therapy on muscular back strength and subjective pain degree in chronic lower back pain patients. J. Phys. Ther. Sci. 28: 2700–2702.

Malai S., Pichaiyongwongdee S., Sakulsriprasert P. (2015) Immediate Effect of Hold-Relax Stretching of Iliopsoas Muscle on Transversus Abdominis Muscle Activation in Chronic Non-Specific Low Back Pain with Lumbar Hyperlordosis. ThailandJ Med Assoc Thai. 98 (Suppl. 5): S6-S11.

Murtezani, A., Govori, V., Meka, V.S., Ibraimi, Z., Rrecaj, S., Gashi, S. (2015) A comparison of McKenzie therapy with electrophysical agents for the treatment of work related low back pain: a randomized controlled trial. J Back Musculoskelet Rehabil. 28(2):247–253. 
Ebadi, S., Henschke, N., Nakhostin Ansari, N., Fallah, E., van Tulder, M.W. (2014) Therapeutic ultrasound for chronic low-back pain. Cochrane Database Syst Rev. (3):CD009169. 
Oliveira, V.C., Ferreira, P.H., Maher, C.G., Pinto, R.Z., Refshauge, K.M., Ferreira, M.L. (2012) Effectiveness of self-management of low back pain: systematic review with meta-analysis. Arthritis Care Res (Hoboken). 64(11):1739–1748.
McKenzie R. Treat Your Own Back. 9th ed. Minneapolis, MN: Orthopedic Physical Therapy Products; 2011:5–9.
Fritz, J., Cleland, J., Speckman, M., Brennan, G., Hunter, S. (2008) Physical Therapy for Acute Low Back Pain: Associations With Subsequent Healthcare Costs. Spine. Vol. 33; 16: 1800-1805
Hides J., Jull, G., Richardson, C., (2001) Long-term effects specific stabilizing exercises for first-episode low back pain. Spine. 26: 243-248.
APTA. http://www.moveforwardpt.com/. 05-04-2017.16:00