Síndrome de Stress Tibial Medial
(“Canelite”) – O que é?
A “Canelite”
desenvolve-se quando é aplicado stress,
excessivo e repetido, a nível da tíbia (principal osso da canela). Esta
condição causa dor na parte interna (de
dentro) da canela (Kudo et al.,
2015; Schulze et al., 2014; Moen et al., 2012; Craig, 2008; Galbraith et al., 2009; APTA, 2017).
Figura 1 - Anatomia da perna |
Afeta entre
4 a 35% dos atletas, que correm ou saltam, e da população militar. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento
desta condição incluem:
- Tipo de
desporto (desportos com corrida e salto);
- Superfície de
treino;
- Volume de treino;
- Sapatos;
- Aplanamento do arco do pé e
alteração padrão de marcha (Kudo et al., 2015; Galbraith et al.,
2009; Craig, 2008; APTA, 2017).
Figura 2 - Fatores de risco (exemplos) |
Síndrome
de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – Quais os sintomas?
Em casos de “Canelite”
o indivíduo poderá experienciar:
- Dor na região
média ou último terço da região interna da canela;
- Dor à
palpação;
- Dor durante ou após
o exercício (Schulze et al., 2014; Craig, 2008; APTA, 2017).
Figura 3 - Regiões de dor |
Síndrome
de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – Que Intervenção?
Após
avaliação o plano de intervenção poderá incluir:
- Técnicas para alívio da dor (poderá ser
recomendado, por exemplo, a cessação da
atividade ou exercício que agrave a condição, aplicação de gelo, exercícios
suaves de flexibilidade, massagem,
mobilização articular e outros);
- Exercícios de fortalecimento muscular a
nível da anca (para diminuir stress a nível do membro inferior) e da canela (para diminuir o
aplanamento do pé);
- Exercícios de alongamento (para
tornozelo e pé);
- Modificação das técnicas de saltar e de
corrida;
- Alteração para um calçado que
proporcione um maior suporte do pé e absorção do choque (Kudo et al., 2015;
Schulze et al., 2014; Moen et al., 2012; Craig, 2008; Galbraith et al., 2009; APTA, 2017).
Figura 4 - Exemplos de exercícios que poderão ser recomendados. |
Síndrome
de Stress Tibial Medial (“Canelite”) – Pode ser Prevenida?
A evidência disponível no que diz respeito à
prevenção desta condição é limitada e inconclusiva. Apesar disso alguns métodos mostram-se promissores:
- Uso de palmilhas que absorvam o choque;
- Corrigir erros de treino, da técnica e
alterações de alinhamento;
- Realizar alongamentos antes e após o
exercício;
- Realizar
exercícios de fortalecimento e endurance para o pé, anca e músculos pélvicos
(Galbraith et
al., 2009; Craig, 2008; APTA, 2017).
Figura 5 - Alinhamento corporal durante a acorrida |
Referências:
Moen, M.H., Holtslag, L., Bakker, E., et al. (2012). The treatment of medial tibial stress syndrome in athletes: a
randomized clinical trial. Sports
Med Arthrosc Rehabil Ther
Technol. 4:12.
Schulze, C., Finze, S., Bader, R., Lison, A. (2014). Treatment of Medial Tibial Stress Syndrome
according to the Fascial Distortion Model: A Prospective Case Control Study.
Scientific World Journal. 2014. 6.
Craig, D.I. (2008) Medial
Tibial Stress Syndrome: Evidence-Based PreventionJournal of Athletic Training.
43(3):316–318.
Luedke, L.E., Heiderscheit, B.C., Williams, D.S.B.,
Rauh, M.J. (2015) Association of
isometric strength of hip and knee muscles with injury risk in high school
cross country runners. The
International Journal of Sports Physical Therapy. 10(6) 868- 876.
Galbraith, R.M., Lavallee, M.E. (2009)
Medial tibial stress syndrome:
conservative treatment options. Curr Rev Musculoskelet Med. 2:127–133.
Kudo, S., Hatanaka, Y. (2015).
Forefoot flexibility and medial tibial stress syndrome. Journal of Orthopaedic
Surgery. 23(3):357-60.
APTA. http://www.moveforwardpt.com/SymptomsConditions. 15/10/2017. 16H00.